O Eduardo é um garotinho de 7 anos, alto, gordinho, muito simpático, carinhoso e
autista. Todos os dias fazemos o percurso de casa para a escola de ônibus,
temos centenas de causos, alguns bem engraçados outros realmente preocupantes.
Pouco antes do
feriado da páscoa, ele estava sentado no banco preferencial, e eu a alguns
metros de distante, quando uma idosa bem vestida entrou no ônibus e se falou
“levante dai mocinho para eu sentar” e o Eduardo a ignorou, antes que eu
pudesse dizer qualquer coisa, ela emendou um “sua mãe não lhe deu educação?”,
Eu estava furiosa, mas ainda tentando “manter a classe” respondi “Ele não irá
responder à senhora por que é uma criança autista, e também é direito dele
estar sentado nesse banco”. A idosa esbarrou em mim ao passar e foi em direção à
catraca do ônibus dizendo que eu estava mentindo, já que ele não se parecia com
o “retardado que aparece no filme do Tom Cruise”.
Contei até um milhão para não perder a paciência, mas me dei
conta que o comentário daquela senhora era fruto de não saber o que é o autismo,
de que existem diversas nuances, e que não se trata de um distúrbio raro, já
que segundo a última estimativa nos EUA se fala de 1 em 50 crianças ou seja uma
incidência muito maior que a síndrome de
Down. A ignorância é a mãe de todos os preconceitos.
Quem sabe hoje ao ligar a tv a idosa do ônibus, e tantas
outras pessoas que pensam com ela, se deparem com os monumentos iluminados no Light
it Up Blue e as informações divulgadas hoje na mídia, deixem de não enxergar o
autismo.