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terça-feira, 2 de abril de 2013

2 de Abril, dia de luta.



O Eduardo é um garotinho de 7 anos,  alto, gordinho, muito simpático, carinhoso e autista. Todos os dias fazemos o percurso de casa para a escola de ônibus, temos centenas de causos, alguns bem engraçados outros realmente preocupantes.

 Pouco antes do feriado da páscoa, ele estava sentado no banco preferencial, e eu a alguns metros de distante, quando uma idosa bem vestida entrou no ônibus e se falou “levante dai mocinho para eu sentar” e o Eduardo a ignorou, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela emendou um “sua mãe não lhe deu educação?”, Eu estava furiosa, mas ainda tentando “manter a classe” respondi “Ele não irá responder à senhora por que é uma criança autista, e também é direito dele estar sentado nesse banco”. A idosa esbarrou em mim ao passar e foi em direção à catraca do ônibus dizendo que eu estava mentindo, já que ele não se parecia com o “retardado que aparece no filme do Tom Cruise”.

Contei até um milhão para não perder a paciência, mas me dei conta que o comentário daquela senhora era fruto de não saber o que é o autismo, de que existem diversas nuances, e que não se trata de um distúrbio raro, já que segundo a última estimativa nos EUA se fala de 1 em 50 crianças ou seja uma incidência muito maior que a síndrome de  Down. A ignorância é a mãe de todos os preconceitos.

Quem sabe hoje ao ligar a tv a idosa do ônibus, e tantas outras pessoas que pensam com ela, se deparem com os monumentos iluminados no Light it Up Blue e as informações divulgadas hoje na mídia, deixem de não enxergar o autismo.